O momento duplo

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De uma extravagante moldura com ornamentos barrocos sorri ironicamente a cara de um homem. Entre os raios de uma bicicleta estende-se elegantemente a perna de uma mulher, terminando numa sandália branca de saltos altos. O tambor de madeira de uma máquina de lavar antiga constitui o torso de uma senhora, da qual contudo apenas se vê o seu vestido de riscas longitudinais. Um estranho e arqueado vaso com duas asas representa a cabeça no corpo de uma lasciva e vibrante mulher semi-despida. Do denso emaranhado de raios, de um abat-jour invertido e de um grande bigodi desprende-se o radiante, embora congelado sorriso de uma beldade.

Outras sobreposições como aquelas que serão apresentadas retratam uma imagem fotográfica na qual as perspectivas são montadas, onde a cara de uma bela mulher é dominada por uma ilusória estrutura metálica de um abat-jour ou de um tambor de máquina de lavar (sequência AA). Ou onde, (sequência AB), delicadas mãos femininas, partes corporais ou dentes sorridentes se ajustam às curvaturas arredondadas de uma elegante cadeira de baloiço, ou (sequência AC) as fálicas formas estilizadas de uma escultura de madeira minimalista africana interagem com algumas roupas e alguns movimentos da mão.

Desde os primeiros instantes, estas são algumas impressões formadas espontaneamente a partir do invulgar, especialmente pelo espanto e pelo divertimento transmitido pelos momentos de imagem em cada uma das sequências individuais na mais recente série fotográfica „Vida dupla. Casa arrumada“. Aqui, momentos de imagem dupla encontram-se com indivisível atenção. Este ciclo foi disposto pelo próprio artista, primeiro num formato vertical e depois, em progressões de imagens na horizontal. Maravilhados pelo seu conteúdo, questiona-se e hesita-se; nada mal. Poder-se-ia julgar que as partes da imagem magistralmente compostas por Eduardo Nery resultam de um ponto de vista assimétrico. Mas não é o caso. O efeito – a visão dupla como um acto de percepção particularmente orientada – é absolutamente intencional, e desempenhado de forma brilhante.

Mas um título destes faz com que uma pessoa fique absorta sobre estes momentos duplicados, desencadeados pelas excepcionais novas fotografias de Nery. É dentro de uma limpa e arrumada „casa“ a „vida“ dupla? O que é, então, uma vida simples, ou uma vida solitária? Ou uma casa confortável, decorada e meticulosamente preparada é constituída por mais de um componente? Frente à perspectiva de uma casa arrumada tem-se a oportunidade de constatar uma duplicação, uma extensão da própria vida privada, ou mesmo a perspectiva de uma outra vida múltipla?

Perguntas, mais perguntas, mas poucas ou nenhumas respostas. No entanto, muitas imagens memoráveis, incríveis, novas, distorcidas, abismais e sobretudo, belas. Imagens notáveis. Imagens que nada querem reproduzir, que nada querem revelar e nada querem provar. Mas sim imaginários obstinados que se encenam de maneira muito confiante, que ocorrem junto do olhar, tornando-nos por vezes inseguros, que encantam, exageram e lisonjeiam, e sobretudo, à semelhança de outras obras de arte maiores, se confundem e desafiam o observador de forma subtil mas surpreendente. Imagens que não se representam apenas a si próprias, mas antes que se reproduzem, que interagem com outras imagens, aparecendo ainda mais fortes, visualmente esmagadoras e ressonantes. Imagens que se duplicam deste modo para, como nas mais recentes fotografias de Eduardo Nery, assumirem assim uma outra forma.

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À semelhança do que encontramos nas suas anteriores séries fotográficas (nomeadamente, „Transfigurações“, „Metamorfoses“, „Intromissões“) Eduardo Nery entendeu novamente com mestria e de maneira convincente, como reunir o artisticamente irreconciliável, demonstrar o pressentido, levantar dúvidas, ao mesmo tempo que não permite que os milagres e as questões sejam destruídos. Assim, a „vida dupla“ talvez seja composta de pelo menos duas partes. A „casa arrumada“ talvez também signifique o próprio lar, que embora aparentemente brilhante, deixa muito a desejar no interior. Como funciona então? Será de facto compatível?

Geralmente é uma senhora, uma lady, uma beleza nua. Ou simplesmente uma dona de casa convencional, que é envolvida em qualquer coisa, confrontada ou disfarçada com algo apropriado, esteticamente funcional, essencial ou meramente criativo. Um utensílio do quotidiano cresce como uma parte da personalidade do utilizador. O tubo do aspirador desenvolve-se por exemplo em finos braços femininos; ou as malhas grossas dos arames de um abat-jour transformam-se num fino penteado de uma mulher semi-nua. Até o teclado de uma velha máquina de escrever pode ser assim transformado numa espécie de sorriso branco. A asa negra de mogno, elegantemente curvada, de um bule de prata converte-se através de uma transformação artificial em elementos de um exuberante adereço para a cabeça.

Até mesmo um maciço e tosco gancho de talho em ferro se transforma pela arte genuína de assimilação fotográfica de Nery num adereço precioso. Uma bicicleta molda um elegante par de pernas feminino; e o botão metálico de uma torneira vulgar transforma-se numa parte de uma extraordinária criação de chapéu estilizado. As pegas de uma carteira de pele servem para realçar o perfil marcante e gracioso de um rosto de mulher e as duas bobines vazias são transformadas em dois grandes olhos salientes na fronte de um rosto marcante.

Observando esta panóplia de imagens, a forma redonda destaca-se em termos formais como uma característica. Quase todos os objectos, geralmente associados ao feminino e raras vezes com partes do corpo ou caras masculinas – que tal como os atributos humanos, que por natureza se apresentam sempre arredondados – são também apresentados quase exclusivamente em conjunto com um objecto arredondado. Assim, a perna circular de uma elegante cadeira de baloiço une-se à forma retorcida do bico de um bule de chá. As bobines redondas prolongam-se para as teclas redondas de uma velha máquina de escrever, ou as asas arqueadas de um saco de plástico contrastam com as mangueiras de um aspirador. O redondo ajusta-se ao redondo.

Contactos, ligações e contingências, ou mesmo duplicações, decorrentes das ligações das pessoas com os utensílios do dia-a-dia, estes são os ingredientes do laboratório das experiências alquimistas de Nery na senda da extracção do ouro final, e da forma circular: a forma esteticamente rigorosa entre pessoas e objectos da sua vida quotidiana e do seu habitat. São assim combinadas – esteticamente adequadas, tanto quanto possível – as curvas do corpo humano com as suas formas arredondadas e ainda com as funções “desbobinantes” de objectos em processos domésticos da vida quotidiana. Tudo pode ser transformado no universo fotográfico de Eduardo Nery.

Tal como as diferentes formas destes dois pólos parecem ser compatíveis através das suas respectivas propriedades exteriores arredondadas, do mesmo modo permanecem por vezes inconsistentes relativamente ao seu conteúdo. A vida dupla de diferentes objectos aplicada pelos seus utilizadores, os seus proprietários e as suas donas de casa, não significa apenas a sua adaptação mútua. Em vez disso refere-se igualmente à identificação e à preservação das diferenças exclusivas de cada peça, ou seja, o díspar, o incómodo, o inapropriado. Estas dissonâncias por vezes temporariamente perceptíveis nos esforços de Nery para unir opostos, conferem-lhes todavia a sua graça especial e um travo singular.

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A ilusória vida dupla de cada imagem nas sequências do novo ciclo de Eduardo Nery transporta o observador para um grau superior de atenção e de curiosidade. Ele logo descobre que não lhe serão apresentados apenas estranhos jogos com imagens, mas rapidamente compreende que pode sentir-se envolvido numa situação cuidadosamente planeada e criada a partir de um arranjo experimental em que as partes individuais dificilmente são simples, ou seja, fáceis de compreender ou assimilar pelo menos numa estrutura visível. A simplicidade é tão raramente uma característica da grande Arte. Nery sente-se sem dúvida atraído pelo insólito.

O aparentemente simples é então examinado para ver como se poderia mudar e transformar noutra coisa. Nery toma o simples, o óbvio, o útil como um todo no seu pensamento, de seguida, liga-o então com outro. As novas obras fotográficas de Nery combinam partes diferentes numa ligação tangencial com outra coisa. Combina imagens de pessoas com as de objectos, incorpora detalhes em complexos novos e nada familiares. O resultado surpreendente e sem precedentes, abre-se a uma exibição confusa de formas e de potenciais visões e percepções novas.

Com estas imagens vertical e horizontalmente dispostas em séries, Eduardo Nery monopoliza a percepção do observador, capturando-o não só como seu espectador, mas desafiando-o a ser um participante autónomo e interpretativo.

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A propósito de „vertical“ e „horizontal“, isto sucede nas sequências de imagens, nas quais os trabalhos individuais são agrupados em conjuntos, sendo mais do que simples elementos formais, ou feitos por acaso. Porque na psicologia da percepção e cognição faz-se uma distinção entre duas diferenças consideráveis, tal como um objecto ou uma situação poderá ser considerada e avaliada através do discernimento e do conhecimento “do baixo para cima“ e „do cima para baixo“. Se adquirimos uma noção geral de como se processa uma intuição, um facto, um campo, uma matriz de múltiplas peças de informação e como poderá ser combinada e reconhecida, simultaneamente, então isto acontece de forma semelhante aos movimentos da retina do observador de imagens, ao examiná-las minuciosamente de cima a baixo.

Na realidade, porém, há mais possibilidades de adicionar e processar tal informação. Aprende-se a partir da visualização psicológico-experimental da imagem o quanto dessa imagem é examinado de cima para baixo, ou mesmo no sentido ascendente pela expressão e padrão de movimento dos olhos, ou seja, quanto pode ser medido visualmente. Alternativamente da direita para a esquerda, ou da esquerda para a direita. Uma vez mais isto depende do tipo e do „carácter interpelativo“ da imagem, das estruturas físicas dos órgãos sensoriais bem como das respectivas bases e funções fisiológicas e neurológicas.

Daqui resultam estruturas completamente diferentes, dependendo de como se olha para as sequências de imagens de Nery; da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda, e de cima para baixo, ou de baixo para cima. Em cada vez vão-se destacando agrupamentos diferentes, que ainda podem levar, por sua vez, a outros tipos de interpretações e classificações. Finalmente, e ainda, as interpretações cognitivas e emocionais são assimiladas em conjunto com outros estados de espírito.

No caso da chamada abordagem „cima-baixo“, trata-se de processos de percepção “nos quais informações, expectativas, motivações e o passado de uma pessoa influenciam a forma e a maneira como um objecto é apreciado e classificado.“ Aqui, a abordagem do conteúdo visual já é captada a partir de preconceitos, opiniões, crenças e outras teorias.

Contrariamente, as perspectivas de „baixo-cima“ e as interpretações cognitivas; contudo e primeiramente, a interpretação e a resultante compreensão emergente são derivadas do papel desempenhado pelos processos neurais cruciais através da análise dos aspectos elementares e inferiores. Através das sequências de imagens de Eduardo Nery, quer elas sejam exibidas na horizontal ou na vertical, podem entender-se visões e percepções de interpretação correspondentes.

Várias combinações de fotografias de pessoas com objectos da vida quotidiana assumem implicitamente que elementos opostos podem unir-se para se num só, mas podem também repelir-se mutuamente. Isto diz respeito à disposição vertical. No entanto, no formato horizontal prevalece o sistema tradicional e culturalmente estabelecido do tipo de escrita e de leitura. Interessantes são talvez aqui as diferenças na leitura da esquerda para a direita ou vice-versa.

As sequências de imagens de Eduardo Nery podem ser muito diversas, possibilitando assim um número quase infinito de leituras e interpretações. Em qualquer dos casos, as experiências e informações previamente adquiridas pelo espectador constituem um factor decisivo. É o fim da psicologia elementar perante a surpreendentemente variada e extensa „vida dupla“ de Eduardo Nery, perante este seu fascínio recente por imagens encadeadas.

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Em todo o caso a arte fotográfica de Eduardo Nery constitui por si só um capítulo separado. O artista manifestou-se de forma clara e compreensível sobre os aspectos sociológicos e culturais. Ao fazê-lo ele revela uma alusão subtil dos discursos relevantes das últimas décadas. Que a „casa arrumada“ pode significar uma espécie de “fetichização” e sátira à obsessão pela saúde, sabemo-lo pelo menos desde a crítica de Adorno sobre os estilos de vida moderna na sua „Minima Moralia“ expressa no subtítulo „Reflexões da vida danificada“.

Se a teoria crítica retirou conclusões destas considerações sobre o carácter – neste caso acerca de uma preocupação excessiva com a ordem e a limpeza do que ficou conhecido como „personalidade autoritária“ – isto não quer dizer que Nery deva seguir as mesmas pegadas. A arte rege-se justamente por outras leis. De facto, o próprio artista parece associar-se intelectualmente com os clichés e também com as teorias culturais.

Este mago da fotografia proporciona através das suas girândolas de imagens uma plataforma estruturalmente adequada à imaginação. Não só os estilos de vida são figurativamente enunciados sob determinadas condições de produção, mas o artista envolve-se de almas inanimadas das suas figuras – dançando com os utensílios do dia-a-dia – com as respectivas configurações estéticas. As suas concepções de vida dupla das imagens consistem numa específica tensão estética decorrente da aparente compatibilidade no fundamentalmente irreconciliável.

Já não se trata apenas de formas exteriores. Antes, as progressões visuais de Nery arrastam o interesse cognitivo do espectador de bem alto para as profundezas. Ou da esquerda para a direita. Mas resultando sempre numa curva de energia, num movimento, num desenvolvimento. Tal como num filme. As construções fotográficas de Nery são como uma visão de protocolos experimentais de um plano, que emergem como uma espécie de subtexto de uma narrativa cinematográfica.

A sequência de imagens verticais e horizontais que deriva da transformação de objectos e de figuras fornece sucessivamente uma matriz, sobre a qual várias interpretações, especialmente as cinematográficas facultam informação. Interpretações que visam a vida actual; interpretações que se ajustam ao aparentemente congruente, mas quanto mais se olha, mais estranhamente nos olham de retorno. Interpretações que por vezes também nos surpreendem.

Interpretações portanto que estimulam, deleitam, divertem, mas que também levantam dúvidas, que incomodam, mas de algum modo todas permanecem. A „vida dupla“ de Nery encontra assim a sua correlação também na problemática psicológica do „Doppelgänger“ no que diz respeito à divisão de unidades. No entanto, estas unidades, apesar de ligadas, não conseguem esconder permanentemente os seus pontos de ruptura. A vida dupla permanece, como cada existência duplicada, fundamentalmente frágil. Nas construções visuais de Nery tais características resultam como as deteriorações estéticas necessárias para soluções visuais simples.

As composições pictóricas de Nery são simplesmente demasiado belas provando ser consistentes ou até mesmo verdadeiras. Enquanto por um lado o artista mostra abertamente, o aparentemente vívido, icónico, identificável e familiar humor estético, por outro lado retrata as experiências das pessoas, só aparentemente evidentes, no seu ambiente familiar – que em última análise permanecem sempre tão estranhas – com os objectos das suas vidas diárias, ao mesmo tempo que aponta desde logo saídas. E uma das saídas consistiria talvez em esgravatar as generalizadas ilusões prevalecentes sobre a „bela vida“ num „lar doce lar“ pelas provocatórias e estimulantes, mas também tão belas imagens duplas de Eduardo Nery. Só então o “lar doce lar” adquirirá a sua patina distinta.

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Também é concedido ao erotismo um lugar de destaque no que diz respeito às excursões de Nery pelos intensos bloqueios do aparentemente díspar (como na sequência I). Aqui, especialmente através da roupa interior branca e reluzente usada num modelo, reflecte-se o peso das construções rudes e torneadas. Os enfeites de madeira redondos ressaltam como símbolos fálicos dos corpos elegantemente graciosos de mulheres semi-nuas.

Assim, a um princípio masculino é especialmente adicionado um feminino para destilar uma curiosa mistura de ironia e de alegre observação da tensão daí resultante. De resto, o erotismo do novo ciclo de Nery permanece pois tão casto e obediente como deve ser numa „casa arrumada“ – apesar da vida de casal parecer prevalecer.

A combinação das duas partes não resulta apenas numa identidade única mas em algo novo e diferente (como na sequência P especialmente misteriosa). Um exemplo é a forma como a metade superior de uma imagem apresenta os sulcos do rosto de um homem de idade, enquanto a parte inferior é constituída por um curioso e difuso fecho metálico, como o focinho de um cão amordaçado. Depois do conjunto surge um quadro enigmático de uma morsa, cujos bigodes moldam de modo significativo o remate de um rosto arredondado. As outras fotografias desta série são compostas de forma semelhante, todas apontam para uma nova forma que ocorre quando duas partes muito distintas são interligadas entre si.

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Raramente a arte da foto-grafia – ou seja, de uma composição visual originária antes da era do „Photoshop“ – fez surgir um trabalho tão invulgar como o deste artista. Tal pode residir no facto de a paixão do artista residir na verdadeira arte e não só na aplicação da técnica. Eduardo Nery combina os seus materiais visuais encontrados e produzidos até que eles mostrem algo de completamente novo. A sua técnica reside menos na mistura de relações, mas antes no objectivo de produzir uma imagem com nova qualidade.

Assim, as “colagens” de Eduardo Nery não são apenas combinações de imagens, mas antes soluções pictóricas. Este artista procura incessantemente por meio de imagens e dos mais diversificados tipos de materiais, criar a nova imagem resultante. Para ele, as fotografias de objectos, de pessoas ou de referências da História D’Arte não são apenas modelos para os seus próprios trabalhos na imagem desejada. Pelo contrário, as imagens utilizadas servem de aparelhos de busca e navegação no vasto oceano do velho, acumulado e já interiorizado, intenso fluxo de imagens hoje disponível, mas que, em última análise, pouco ou nada significa.

As invenções pictóricas de Nery não constituem apenas um nova construção composta de diferentes materiais e estruturas, residindo a sua especial qualidade na forma como estes elementos são reunidos. Isto decorre da forma como o artista combina os materiais usados em modelos únicos que resultam em algo totalmente diferente, algo novo, que não advém meramente da soma das suas partes.

A arte de Eduardo Nery assemelha-se à encenação de uma peça de teatro, onde os protagonistas se deixam conduzir por pólos antagónicos de fontes de energia, que em regra se repelem, mas que através de excepções conseguidas transformam a situação em algo de completamente novo. Com as transformações visuais de realidades aparentemente incompatíveis, o artista enfatiza esta desafiante contrariedade.

E justamente assim, da arte de Eduardo Nery imana a sua centelha especial. Enquanto olhamos para todas as combinações e duplicações estranhas de indivíduos altamente contrastantes, a sua localização, objectos e situações, não paramos de nos surpreender. Estas criações visuais conduzem-nos por último não apenas ao acréscimo de curiosidade mas à experiência de alternativas nunca vistas. Temperado com uma boa pitada de beleza, envolto num clarão pleno de humor. A boa arte dificilmente pode pedir mais.

Walter Schurian

Vida dupla. Casa arrumada

  

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